No
antigo Reino da Judeia, mais de 2000 anos atrás, de acordo com o que diz os
evangelhos de Matheus e Lucas, um menino chamado Jesus nasceu, de uma jovem
moça chamada Maria, e seu marido José.
Mas,
acredite ou não, o ano exato desse grande acontecimento é incerto, como já
disse anteriormente em outro post, durante séculos, acreditavam que o ano 1 dC
era o correto, pesquisas históricas recentes provaram que não.
Jesus nasceu entre os anos 4 e 7 aC, pois Herodes o Grande morreu em 4 antes de Cristo, e Jesus por sua vez nasceu enquanto Herodes ainda era vivo, a igreja refuta esse fato, mesmo a própria bíblia afirmando isso, quem criou nosso calendário datou erradamente esse evento, logo entende-se que várias datas também possam estar erradas oriundas desse engano bizarro.
A
data do nascimento de Jesus não é o único evento que parece diferir da
tradição, consta no novo testamento que Jesus nasceu em Belém, porém, essa
afirmação ao longo do tempo tem sido questionada tanto por historiadores quanto
por teólogos, os evangelhos de Mateus e Lucas afirmam que ele nasceu em Belém,
no entanto, historiadores afirmam que ele nasceu em Nazaré, a cidade de seus pais
(Maria e José).
Maria
no momento grávida de Jesus, teria feito a viagem de Nazaré a Belém para que
ambos, José e Maria pudessem se registrar no senso Romano, estudos históricos
mostram que o único senso feito na época foi o “Senso de Quirino”, por volta do
ano 6 antes de Cristo.
Algumas
pessoas (ou muitas delas) questionam a veracidade desse fato, dizendo que não
existem registros sobre esse senso, porém, o real motivo de se haver um senso
Romano era para o controle de impostos, e acreditem, os Romanos gostavam muito
de impostos, logo teriam esmero em guardar esses registros.
Mas
então o leitor deve estar pensando, “porque haveriam de querer mudar algo tão
simples? Era só terem colocado que Jesus havia nascido em Nazaré, e não em
Belém”.
E
eu respondo, CLARO QUE HAVERIA UM MOTIVO, as escrituras, as profecias da época
diziam que o messias nasceria na cidade de Belém, pois ser a cidade de
nascimento de Davi, óbvio que para deixar a coisa mais verossímil, jesus teria
de ter nascido como mandavam as escrituras.
Tudo
que sabemos de Jesus, ou pelo menos aquilo que é comumente aceito é o que está
descrito nos 4 evangelhos, o de Matheus, Marcos, Lucas e João, acredita-se que
tais evangelhos foram escritos de 40 a 100 anos depois da crucificação, e mesmo
esses evangelhos, apesar de narrar a vida de Jesus, falam pouco antes dele se
tornar um profeta.
Não
sabemos nada da adolescência de Jesus, ai a pergunta que fica é PORQUE??Teriam
esses relatos sido omitidos deliberadamente???
Sabemos
através de análise das escrituras que Jesus tinha pelo menos 4 irmãos, Tiago,
José, Simão e Judas, e pelo menos 2 irmãs, uma chamada Salomé e outra chamada
Maria, de cara se percebe que poderiam ser 7 filhos, talvez até mais.
Essa
questão ter se mantido no anonimato ou um fato oculto em toda a cristandade
deve-se ao fato da virgindade perpétua de Maria ter se difundido, ter ganhado
força com o passar dos anos.
É no mínimo curioso que, mesmo havendo se
difundido enormemente a virgindade de Maria, pelo menos até o parto, essa
história ser vista como factual e só constar em apenas dois evangelhos, no de
Matheus e no de Lucas. Teria sido isso uma adendo vindo de seus apóstolos como
uma justificativa de Jesus ser o Messias Hebreu, assim como dizia as profecias
do antigo testamento??.
Essa
profecia de um filho de uma virgem surgiu no tempo de Ezequias, durante o cerco
de Jerusalém, onde ninguém sabia se ia viver ou não, Isaias fez a profecia:
“Eis que a virgem conceberá e dará a luz a um filho, e lhe porá o nome de
Emanuel”, Emanuel em Hebraico significa “Deus conosco”.
Como
havia dito, mesmo apenas sendo citado nos evangelhos de Matheus e Lucas,
somente Lucas usou o termo que em Grego significa virgem, e a virgindade
atribuída vem de que nunca antes teria tido relações sexuais, logo, era virgem,
contudo, nada afirma que ela permaneceria virgem.
Mas
a ideia de Maria dando a luz a mais alguém se tornou inconveniente com o tempo,
ainda mais pela ideia difundida de que ela ainda continuaria sendo virgem, a
Cristandade justifica isso como sendo o fato de os possíveis “irmãos e irmãs de
Jesus” fossem filhos de José, vindos de um outro casamento, ou que a linguagem
“Irmãos” fosse metafórica, usando a ideologia de que todos eram irmãos em Deus.
Ai,
a grande virada na história aconteceu quando em 1945, fazendeiros egípcios, na
cidade de Nag-Hamadi encontraram jarros contento mais de 50 textos antigos,
pergaminhos esses hoje chamados de Evangelhos Gnósticos. Acredita-se que eles
sejam mais velhos do que a cópia mais velha conhecida do novo testamento, eles
também incluem várias versões adicionais, e extremamente conflitantes com a vida
e os ensinamentos de Jesus.
Outro
evangelho deixado de lado pelo novo testamento é um evangelho escrito por volta
de 125 dC, chamado evangelho Pseudo Tomé. Acredita-se, pelo seu conteúdo que
este evangelho tenha sido uma das primeiras tentativas, se não a única de
detalhar a infância de Jesus, relato esse que vai muito além do que consta nos
evangelhos padrões.
Acredita-se
que esse evangelho tenha sido escrito por Tomé, o próprio irmão de Jesus. Ele
descreve Jesus quando criança como sendo um tipo de super-homem, ou uma pequeno
X-Mem. Um dos relatos no mínimo curioso é o que diz que certa vez Jesus andava
despreocupadamente pela rua, quando veio um menino correndo e esbarrou em seu
braço, Jesus se vira, olha para o garoto e diz: “Não proseguirás seu caminho”
imediatamente o menino caiu morto, detalhe, diz no evangelho que Jesus no
momento desse fato tinha 5 anos.
O
autor desse texto parece deixar bem claro que, considerando que uma criança
tivesse o poder de um Deus, e tivesse ciência disso, o que aconteceria se essa
criança saísse do sério??
Os fundadores da igreja obviamente encararam essas histórias de que Jesus pudesse fazer parte dos “Jovens Titãs” uma coisa escandalosa, e deixaram de fora, concordo que talvez eu tivesse feito o mesmo.
Embora
tudo que se sabe sobre o homem chamado Jesus seja um único composto escrito por
várias pessoas em um período de centenas de anos, uma coisa é certa, ele era um
professor e um profeta carismático.
Ele
era um rabino que embora alguns estudiosos aleguem que não sabia ler ou
escrever, defendeu uma profunda filosofia religiosa, a natureza da humanidade,
e a integridade de todas as coisas vivas.
Não
tem como escrever um texto sobre Jesus sem mencionar seus milagres, e que por
sinal não foram poucos, como em Cafarnaum, com o paralítico que voltou a andar,
ou no casamento em Canaã, onde ele transformou água em vinho, e não foi
qualquer vinho não, foi num puta vinho bom.
Esse
casamento onde Jesus transformou água em vinho acabou por ser o primeiro
milagre público de Jesus, ou o que talvez na época trouxesse mais repercussão
para Jesus, mas até isso levanta a hipótese de, seriam os milagres relatados
nos 4 evangelhos reais? Ou inventado por seus discípulos para comprovar o que
eles acreditavam ser a origem divina de Jesus??
Outra
coisa que soa quase como um mistério é, não havendo Jesus uma ocupação, como
ele conseguiria sustentar a sí próprio, ou custear seu ministério? Sendo que
uma das premissas era que largassem seus trabalhos, suas famílias, como Jesus
se sustentava??
Alguns historiadores, ao analisarem as
escrituras sugerem que o ministério de Jesus era custeado por mulheres, existem
passagens em Lucas que deixam claro que algumas mulheres contribuíam com fundos
para o ministério de Jesus, mulheres como Joana, Suzana e também Maria
Madalena.
Alguns
dizem que Madalena era possuidora de um negócio envolvendo pescaria, a cidade
de Magdala, na qual Maria teria vindo era notável no comércio pesqueiro, então
alguns acreditam que ela teria tirado fundos de seu negócio próprio para
financiar o ministério de Jesus.
Já
que entramos no quesito “Maria Madalena”, que em diversos trechos de evangelhos
Gnósticos é retratada como extremamente íntima de Jesus, que havia uma relação
entre eles, ela é frequentemente citada como “a amada de Jesus”.
Inerente
das especulações que existam com um provável relacionamento com Jesus, uma
coisa se sabe certamente, que Maria Madalena NÃO ERA UMA PROSTITUTA, muitos
creem que ela foi vitima de um plano sexista organizado pela igreja que a
destituiu de um posto privilegiado na história da cristandade.
Madalena
deliberadamente foi interpretada como prostituta pelo Papa Gregório, no século
5 dC, isso poderia ter feito parte de um plano não só para alterar a conduta e
planos de Maria Madalena, mas como os de Jesus em sí.
Por
séculos foi se escondendo uma personalidade de Jesus, que hoje se encarada
poderia ofender a muitos, porém, o que consta nos evangelhos é um pouco
diferente. Jesus é conhecido como a pessoa mais justa e correta que já andou
pela terra, cuja personalidade não à uma mácula, contudo, nem sempre foi a sim,
a fama de Jesus no próprio evangelho não era lá aquelas coisas, pois encaravam
Jesus como comilão, beberrão, amigo de prostitutas e pecadores, assim como diz no
evangelho de Matheus: “Veio o filho do Homem, que come e bebe, e dizem: É um
comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores”.
Cabe
a nós, para entendermos tais controvérsias, analisarmos minuciosamente o novo
testamento, e agregar descobertas que só vieram a público recentemente.
Uma
coisa podemos crer se analisarmos a seguinte passagem, certo dia, Jesus
viajando próximo a cesárea de Philipi, Jesus pergunta aos seus discípulos, : “O
que dizem as pessoas ser o filho do Homem?”, após receber várias respostas, ele
então perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Simão Pedro então respondeu:
“Tu és o Messias, o filho do Deus vivo”.
De
frente dessa verdade, obviamente o Jesus histórico nunca ensinou que ele era o
Messias, pois se tivesse feito, haveriam mais indicações sobre isso nos 3
primeiros evangelhos, o que não acontece, vemos isso mais em João.
Por
mais que nos soe que Jesus não ensinava que ele era o messias, em outros pontos
passa a ideia que ele não dizia abertamente, porém reivindicava para si o
título, a condição de messias.
No
evangelho de João, Jesus usa um termo para se descrever que soa como
intencionalmente ambíguo, ele se refere-se na terceira pessoa, como: “o Filho
do Homem”, isso em aramaico é a forma que diz “uma pessoa”, logo, quando Jesus
usa a frase “O filho do Homem” como uma auto descrição não sabemos se ele se
refere a sí próprio ou se reivindica com isso uma messianidade.
Outro ponto ainda dessa questão que torna-se o
maior deles, e o mais fundamentado seria o retorno de Jesus a Jerusalém.
Havia
uma profecia de Zacarias, onde ele diz: “Ó filha de Jerusalém, eis que teu rei
virá a ti, justo e salvador, pobre, e montado sobre um Jumento”, Jesus no
entanto, em sua última semana de sua vida, num domingo, descendo do monte das
oliveiras em direção a cidade, montado em um burro, reproduzindo quase que
completamente a profecia de Zacarias, pouquíssimos Judeus, que conheciam as
profecias deixariam de notar a analogia, essa atitude, de Jesus entrar na
cidadela montado sobre um burro, estaria induzindo conscientemente a população
a pensar nele como o rei prometido, como o rei predito na profecia.
Toda
a cidade veio ao encontro de Jesus, motivados obviamente por serem conhecedores
da profecia, e por encararem de fato, agora mais do que nunca que Jesus seria o
rei prometido, aquele que livraria Jerusalém do domínio romano, Jesus nesse
momento estaria sendo chamado abertamente de Messias.
Para
os Romanos isso foi um cartão vermelho, eles viram isso pela linguagem
política, pela linguagem militar, viram aquilo como uma rebelião, até os
romanos conheciam as profecias, e sabiam do risco público que elas
representavam.
Mas
de todos os eventos que possam ser inconsistentes na vida de Jesus, talvez o
maior deles foi o chamado de “Limpeza do Templo”, foi um dos poucos incidentes
ou passagens narrados pelos 4 evangelhos, e o que provavelmente lhe custou a
vida.
Assim
que Jesus entrou em Jerusalém ele se dirigiu direto ao templo, e se deparou com
a clara corrupção financeira que existia lá, uma vez lá dentro, Jesus teve seus
5 minutos de fúria, ele chicoteou pessoas, perseguiu animais, fez um escândalo
dos grandes.
A
principal revolta de Jesus (e com a completa razão de ser), foi a que aquela
casa era para ser uma casa de adoração para Deus, e ela no momento havia se
tornado uma casa de comércio, isso deixou Jesus fulo da vida.
Ele
naquele momento havia dado voz de julgamento contra o templo, e com isso, ele
selou o caminho que conduziu a sua morte.
Em
todos os evangelhos até esse momento, Jesus aparentava ser uma pessoa dócil,
amável e definitivamente não violento, porém ali, no maior e mais importante
dos templos Judeus, ele gritou e desceu o braço em quem ele julgou estar
cometendo atos de profanação contra o templo.
Ai
pensamos, PORQUE?? Estaria Jesus de fato tentando provocar uma revolta
política? Ou ele apenas provocou o cenário para sua eventual prisão e
martírio???
A
impressão foi de que ele não só armou, mas com a total convicção de que ele
deveria fazer aquilo, ele provavelmente teria lido de como o messias deveria
sofrer pelos pecados do povo, logo precisando acabar na cruz.
Essa
ideia nos remete a crer que ele acreditava ser o messias, uma teoria contrária,
e porque não discrepante, de mesmo não ensinando declaradamente ser o messias,
ele de maneira implícita tomava para sí a obrigação de redimir os pecados dos
homens.
A
pergunta de como Jesus se enxergava, será para sempre um segredo.
O
fato é que, Jesus foi condenado por Sedição, (que nada mais é que perturbar a
ordem pública, incitar motim), depois da crucificação, José de Arimatea, um
rico seguidor de Jesus, (cabe salientar que mesmo Jesus afirmando que a riqueza
era um empecilho para salvação, José de Arimatea era um seguidor e continuou
com dinheiro), então, José de Arimatea providenciou o linho funerário e ainda
emprestou teu túmulo pessoal para que Jesus fosse enterrado antes do Sabbath,
(pelo menos é o que diz a bíblia).
O
que veio a seguir, se tornou a pedra fundamental de toda a cristandade, em
apenas 40 horas, ocorreu o que ainda é debatido por teólogos e historiadores ao
redor do mundo, a ressurreição de Jesus.
Ai
é que entra a controvérsia, segundo o evangelho de Marcos, Maria e outras
mulheres foram até a tumba de José de Arimatea para preparar o corpo de Jesus
para ser sepultado, e encontraram a tumba vazia, a explicação tradicional é a
ressurreição, porém, estaria escondido dentro do novo testamento alguma
informação ainda mais controversa da real história?.
De
fato, como citado acima, o sepulcro não era de Jesus, ou de sua família, era de
José de Arimatea, e ele havia deixado lá somente no período da páscoa, não à
registro algum de que o corpo de Jesus continuaria lá, pois o que aconteceria
quando a páscoa e o Sabbath terminassem?, teriam de retirar o corpo, conduzir
os detalhes finais de um enterro apropriado, e deixar o corpo no local de
descanso final, então a conclusão de um túmulo vazio já deveria ser algo
esperado.
Dentro
do contexto Judeu, o corpo havia sido levado para um enterro definitivo, as
esperanças dos discípulos foram completamente destruídas depois da
crucificação, mas então, logo depois alguns deles alegaram terem visto Jesus
vivo novamente, ai as histórias começaram a se espalhar de que ele realmente
havia retornado dos mortos.
É
fato que houve toda uma comoção e pesar pela perda de seu messias, então, a
ressurreição pode ser facilmente vista como um desejo materializado, como aquilo
que eles não aceitassem que havia acontecido, pois a partir desse ponto, ele
não seria mais um profeta crucificado, dava-se início ao cristianismo.
Então
de certa forma, Jesus ressuscitou, e ascendeu a um status divino, isso graças
aos seus seguidores, pois ali nascia a crença de morte e ressurreição do
messias.
Poderia
o status divino ser um plano de seus seguidores para legitimar seus
ensinamentos?, seria Jesus um messias em seus ensinamentos, em sua proposta mas
sem nenhuma característica divina??, seria Jesus humano como eu e você???;
Essa
sem dúvida é uma pergunta que será feita e refeita por mais 2000 anos.